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Friday, September 25, 2009

Quanto é necessário poupar para a aposentadoria?

A maioria dos artigos que eu li recomenda que se poupe 10% da renda líquida para a aposentadoria. Essa recomendação quase unânime me deixou tão desconfiada que eu resolvi fazer um exercício matemático.

O caso hipotético:

  • Idade atual - 35 anos
  • Idade para aposentadoria - 60 anos
  • Expectativa de vida - 90
  • Renda líquida mensal - R$7.000,00
  • Gastos médios mensais (70% da renda líquida) - R$4.900,00
  • Rentabilidade líquida mensal - 0,6%

Para efeitos deste exercício estou desconsiderando o efeito do crescimento da renda (assumindo que esse nível de renda seria o máximo e constante ao longo do resto da vida) e também efeitos inflacionários.

Nesse caso, se a pessoa economizar 10% da renda (R$700,00) terá acumulado um fundo de cerca de R$585 mil o que duraria apenas 17 anos. Ou seja acabaria 13 anos antes da expectativa de vida.

Para acertar na expectativa de vida, nesse cenário, seria preciso economizar 12% da renda líquida.

Mas por que então os especialistas recomendam economizar 10% da renda de forma quase unânime? Vários motivos. O primeiro é que também recomendam que você comece a poupar o quanto antes. Se você começar a poupar aos 20 anos, teria 15 a mais de poupança e rendimento acumulado além do considerado acima. Outra consideração é de que a renda tende a ser crescente, de forma que as contribuições também serão. Também recomendam que você diversifique seus investimentos, incluindo renda variável o que aumentaria a rentabilidade líquida. E por fim, mas não menos importante, a maioria prega que haverá uma queda nas despesas depois da aposentadoria.

Na minha opinião, é preciso avaliar com cuidado todos esses aspectos para determinar qual o montante realmente necessário para assegurar a tranquilidade na aposentadoria. O que você acha?

Wednesday, July 15, 2009

Estágios da vida financeira

Retomando o tema iniciado alguns artigos atrás, os esforços e resultados do planejamento financeiro podem ser separados em 3 estágios:
  1. Educar-se, aprender a controlar o consumo e eliminar o endividamento;
  2. Começar a poupar e escolher alternativas melhores de investimento; e
  3. Aproveitar a vida ao mesmo tempo que caminhamos em direção à Independência financeira.

Claro que poderíamos dizer que existe um estágio 0, onde estamos consumindo sem controle e acumulando dívidas. Eu acredito estar entrando no estágio 2, eliminamos todo o endividamento de curto prazo, restando apenas o financiamento do carro e do apartamento, e já começamos a poupar. No momento, estou contribuindo para o fundo de pensão patrocinado pelo meu empregador e investindo num fundo de renda fixa.

No entanto, é preciso admitir que mudar o comportamento em relação ao consumo é um desafio diário. Já reduzimos significamente vários items do orçamento que sempre foram de grande importância como livros e revistas, equipamentos para a cozinha (somos entusiastas da gastronomia) e adiamos indefinidamente a compra de novo mobiliário e equipamentos para o apartamento. Agora estamos atacando o gasto com restaurantes que é significativo em nosso orçamento. Mesmo assim, tem sido difícil manter o momentum e a regularidade dos nossos investimentos.

Fico me perguntando se esse processo melhora com o tempo ou é sempre frustrante.. Sempre com a sensação de estarmos nos privando de alguma coisa imediatamente sem garantia de sucesso no futuro.

Na tentativa de superar essa frustração e não sabotar o nosso progresso resolvi montar a planilha sugerida pelo Gustavo Gerbasi no livro "Como organizar a sua vida financeira" que ando lendo por esses dias. A planilha pode ser chamada de Objetivos de consumo e tem a seguinte estrutura:


Ao colocar informações dessa forma, é possível estabelecer qual o melhor investimento para cada objetivo e tentar alocar a sua capacidade de poupança entre eles de forma a atingí-los dentro do prazo. Por exemplo, se tenho 25 anos para acumular R$1,5 milhões e consigo um investimento que me dê um retorno de 8% a.a. precisaria economizar R$1.650 ao mês, de forma que a capacidade de poupança adicional poderia ser destinada ao próximo objetivo de consumo.

Olhando para os objetivos de consumo dessa forma também nos permite criar expectativas mais realistas e evitar a frustração quando no final do ano não atingimos uma meta que já era impossível desde a largada.




Wednesday, July 8, 2009

12 dicas para mulheres

Dana Bratch criou uma lista de 12 dicas financeiras para mulheres. Apesar de eu não acreditar que o gênero seja decisivo quando se trata de finanças pessoais, temos que admitir que as mulheres tem uma certa desvantagem pois em geral ganham menos que seus pares do sexo masculino. Independente disso, a maioria das dicas sugeridas por Bratch serve para os dois sexos:
  1. Estabeleça uma meta financeira. Seja diligente sobre as suas finanças como é sobre beleza, carreira, filhos ou qualquer outra coisa.
  2. Treine a si mesma para ser independente financeiramente. Não se acomode deixando todas as decisões para o seu companheiro(a). Envolva-se com o planejamento de longo prazo.
  3. Compre a casa própria. Não fique esperando pelo Princípe Encantado aparecer e comprá-la para você.
  4. Poupe para a aposentadoria. É um ponto importante para todos, não apenas para mulheres.
  5. Opte por administração a longo prazo e não admistração de crises. Comece a planejar a sua vida financeira agora, não espere a próxima catástrofe.
  6. Comece a investir. Comece agora e não tenha medo de errar.
  7. Não tema o risco. As mulheres são mais propensas a escolher investimentos conservadores. Esteja aberta a oportunidades de investimentos com maior retorno e, consequentemente, risco.
  8. Não faça tudo sozinha. Consulte ajuda profissional se necessário. Eduque-se.
  9. Busque suporte emocional, se necessário. Forme uma parceria com alguém que você confie. Discuta suas decisões. Entre para um clube de investimento se julgar necessário.
  10. Seja mais confiante nas negociações salariais. Seja mais assertiva ao apresentar o seu valor.
  11. Saia da sua zona de conforto. Decisões financeiras importantes - como investir em ações, por exemplo - causam desconforto.
  12. Saiba que nunca é tarde demais. Todos podemos começar tarde e terminar ricos!

Thursday, July 2, 2009

Porque buscamos independência financeira?

As decisões que tomamos não tem efeitos isolados, elas são cumulativas. Em outras palavras quero dizer que ao eliminar o endividamento, poupar para a aposentadoria, ou reduzir o padrão de consumo, estamos caminhando na direção da independência financeira.

Desse ponto de vista, independência financeira pode ser visto como um estágio da vida financeira de uma pessoa. Quais seriam os estágios anteriores?

J.D. Roth do Get Rich Slowly descreve o que ele chama de estágios de finanças pessoais.

  • O estágio inicial está relacionado com aprender o básico: entender os principais conceitos financeiros como juros compostos, eliminar endividamento e começar a poupar.
  • O segundo estágio é basicamente colocar o básico em prática e criar momentum nas finanças.
  • O terceiro estágio inicia quando dominamos completamente os fundamentos e atingimos as nossas metas.. Quando começamos a nos perguntar 'O que fazer agora?'. Em outras palavras, quando atingimos a independência financeira.

Cada pessoa tem um passado diferente e inicia o estágio inicial em melhor ou pior forma.. Eu, por exemplo, sou formada em Economia e atuo na área financeira há bastante tempo. No entanto, sempre tive dificuldade de escapar das decisões financeiras que favorecem o consumo e a satisfação imediata e criar poupança. Meu marido, por outro lado, sempre teve em sua natureza criar poupança.

Como último objetivo, todos queremos atingir o terceiro estágio da independência financeira. Me parece razoável, no entanto, valorizarmos cada sucesso que temos na caminhada em direção a independência financeira. Perseguir esse destino facilita atingir outras metas, como por exemplo:

  • Liberdade para escolher a carreira. Quando temos segurança financeira podemos escolher a carreira que queremos e não necessariamente a que precisamos;
  • Liberdade para morar onde quisermos. Sempre sonhou em morar num sítio? Ou em viajar pelo mundo sem ter parada fixa?
  • Liberdade para aproveitar as oportunidades. Apareceu aquele apartamento ou carro dos seus sonhos?
  • Viver sem preocupação. Ter dinheiro no banco me garante uma noite de sono melhor.

O melhor na minha opinião é poder buscar as próprias metas e não as do empregador ou de qualquer outra pessoa. Buscar a independência financeira é buscar os meus próprios sonhos. É criar condições para viver a vida que imaginei.

Sunday, June 28, 2009

Como organizar a sua vida financeira - Capítulo 1

Esse final de semana comecei a ler "Como organizar a sua vida financeira" do Gustavo Gerbasi como parte do meu projeto de me educar em finanças pessoais para melhorar as minhas escolhas.

O livro é orientado para a prática com uma abordagem bem interessante. O Capítulo 1 fala de Autoconhecimento e começa com uma pergunta fundamental: você está em equilíbrio?

Para ajudar a responder essa pergunta, o livro aponta alguns conceitos de patrimônio mínimo como referência: patrimônio mínimo de sobrevivência (PMS), patrimônio mínimo recomendado (PMR) patrimônio ideal (PI) e patrimônio necessário para a independência financeira (PNIF)

PMS é a reserva de garantia para dar um rumo a sua vida em caso de desemprego, doença ou planos frustrados em sua atividade de negócios. Essa reserva deve ser constituída por investimentos de liquidez imediata. A recomendação é de que o PMS seja equivalente a 6 meses do gasto médio mensal da família, ou seja:

PMS = 6 x [Gasto Médio Mensal da Família]

PMR é a reserva que vai viabilizar as suas escolhas profissionais e pessoais. Em outras palavras, será o lastro para manter a sua vida por vários meses casos o seu patrão ou o mercado não concordem com a sua escolha pessoal. Seguindo a mesma lógica do PMS, essa reserva deve ser composta por investimentos de liquidez. A recomendação de Gerbasi é de que o PMR seja equivalente a 12 vezes o gasto médio mensal da família para trabalhadores assalariados e 20 vezes para autônomos e assalariados sem vínculo empregatício (que trabalham como pessoa jurídica).

O PI por sua vez, procura compatibilizar a reserva a idade da pessoa. Parte do conceito de que alguém como 50 anos, por exemplo, precisa ter mais segurança financeira, do que alguém com 30. Assim, o PI é equivalente a 10% do Gasto Médio Anual para cada ano de vida, ou seja:

PI = 10% x Gasto Médio Anual x Idade

Finalmente o PNIF representa o volume de investimentos que precisamos ter para garantir a nossa aposentadoria considerando a rentabilidade líquida de nossos investimentos. O PNIF é calculado da seguinte maneira:

PNIF = Gasto Médio Anual/Rentabilidade Líquida Anual de Investimentos

Esses indicadores são mutuamente inclusivos, ou seja, o PMS faz parte do PMR que também é considerado no PI e por consequência compõem o PNIF.

Com base nos nossos registros financeiros, estamos há alguns meses de acumular o PMR. E no ritmo atual de aplicações financeiras e rentabilidade. Sinceramente, eu fiquei surpresa em não ter a reserva equivalente ao PMR ainda. Algumas outras inferências me chamaram atenção fazendo esse exercício:
  1. Nossos gastos médios estão afetados por gastos eventuais com a reforma e a decoração do novo apartamento;
  2. Estamos obtendo uma rentabilidade líquida que pode ser melhorada com diversificação dos nossos investimentos;
  3. Temos muito espaço para melhorar a qualidade das nossas decisões financeiras.

Thursday, June 25, 2009

Como e porque criar um fundo de emergência

“Eliminar as dívidas.” “Economizar para a aposentadoria.” “Comprar uma casa.” “Conseguir um novo emprego.” Esses exemplos de etapas que devemos cumprir para atingir a independência financeira. É muita coisa para pensar. Mas por onde começar?

A maioria dos livros sobre finanças pessoais concorda: a primeira coisa a fazer, depois de atender as necessidades básicas, é começar um fundo de emergência.

O que é um fundo de emergência?

Um fundo de emergência é uma reserve de dinheiro de fácil acesso para ser utilizado apenas em caso de emergência. Não é destinado a comprar um carro novo. Também não é para comprar um novo videogame. É para ser usado somente em emergências.

Porque você precisa de um fundo de emergência?Você tem alguma dúvida? Vamos considerar alguns exemplos: perder o emprego, o encanamento do banheiro estraga repentinamente, o carro é arrombado e danificado, você precisa de um tratamento médico não coberto pelo seguro saúde.

Todos esses exemplos são emergências de maior ou menor gravidade. Para aqueles que tem um fundo de emergência será mais fácil superar esses imprevistos do que para aqueles que não tem nenhuma poupança. Sem nenhum recurso guardado, a saída será acumular dívidas.

O quanto é suficiente?

Não há consenso entre os autores de finanças pessoais sobre o quanto é o suficiente para um fundo de emergência. Alguns dizem que você deveria economizar o equivalente a 1 ano de salário, outros dizem que R$1.000 seria suficiente. A maioria tende para algo entre R$1.000 e 1 ano de salário.

Não há resposta certa. Na minha opinião, deve-se avaliar cada situação e considerar fatores como: (i) quanto é necessário para cobrir as despesas fixas, aquelas que não podemos abrir mão em caso de repentinamente ficarmos sem renda; (ii) quanto tempo em media leva para conseguir um outro emprego.

Como começar?

Começar um fundo de emergência é simples. Você pode depositar R$100 ou R$50 por mês em uma caderneta de poupança. Mas nunca deixe de pagar as despesas mínimas. Não adianta muito colocar R$100 numa caderneta de poupança e acumular R$100 em dívida de cartão de crédito.
Preferencialmente estabeleça um depósito automático de sua conta corrente para a conta de poupança. Também acho útil manter esse recurso separado dos demais investimentos para que não seja utilizado para outro fim por descuido.

Alguns especialistas recomendam que você crie um fundo de emergência antes mesmo de começar a pagar as dívidas. Além dos benefícios óbvios de ter um fundo de emergência, faz muito bem para o seu estado emocional ter uma rede de segurança para enfrentar as intempéries da vida.