Sunday, June 28, 2009

Como organizar a sua vida financeira - Capítulo 1

Esse final de semana comecei a ler "Como organizar a sua vida financeira" do Gustavo Gerbasi como parte do meu projeto de me educar em finanças pessoais para melhorar as minhas escolhas.

O livro é orientado para a prática com uma abordagem bem interessante. O Capítulo 1 fala de Autoconhecimento e começa com uma pergunta fundamental: você está em equilíbrio?

Para ajudar a responder essa pergunta, o livro aponta alguns conceitos de patrimônio mínimo como referência: patrimônio mínimo de sobrevivência (PMS), patrimônio mínimo recomendado (PMR) patrimônio ideal (PI) e patrimônio necessário para a independência financeira (PNIF)

PMS é a reserva de garantia para dar um rumo a sua vida em caso de desemprego, doença ou planos frustrados em sua atividade de negócios. Essa reserva deve ser constituída por investimentos de liquidez imediata. A recomendação é de que o PMS seja equivalente a 6 meses do gasto médio mensal da família, ou seja:

PMS = 6 x [Gasto Médio Mensal da Família]

PMR é a reserva que vai viabilizar as suas escolhas profissionais e pessoais. Em outras palavras, será o lastro para manter a sua vida por vários meses casos o seu patrão ou o mercado não concordem com a sua escolha pessoal. Seguindo a mesma lógica do PMS, essa reserva deve ser composta por investimentos de liquidez. A recomendação de Gerbasi é de que o PMR seja equivalente a 12 vezes o gasto médio mensal da família para trabalhadores assalariados e 20 vezes para autônomos e assalariados sem vínculo empregatício (que trabalham como pessoa jurídica).

O PI por sua vez, procura compatibilizar a reserva a idade da pessoa. Parte do conceito de que alguém como 50 anos, por exemplo, precisa ter mais segurança financeira, do que alguém com 30. Assim, o PI é equivalente a 10% do Gasto Médio Anual para cada ano de vida, ou seja:

PI = 10% x Gasto Médio Anual x Idade

Finalmente o PNIF representa o volume de investimentos que precisamos ter para garantir a nossa aposentadoria considerando a rentabilidade líquida de nossos investimentos. O PNIF é calculado da seguinte maneira:

PNIF = Gasto Médio Anual/Rentabilidade Líquida Anual de Investimentos

Esses indicadores são mutuamente inclusivos, ou seja, o PMS faz parte do PMR que também é considerado no PI e por consequência compõem o PNIF.

Com base nos nossos registros financeiros, estamos há alguns meses de acumular o PMR. E no ritmo atual de aplicações financeiras e rentabilidade. Sinceramente, eu fiquei surpresa em não ter a reserva equivalente ao PMR ainda. Algumas outras inferências me chamaram atenção fazendo esse exercício:
  1. Nossos gastos médios estão afetados por gastos eventuais com a reforma e a decoração do novo apartamento;
  2. Estamos obtendo uma rentabilidade líquida que pode ser melhorada com diversificação dos nossos investimentos;
  3. Temos muito espaço para melhorar a qualidade das nossas decisões financeiras.

Thursday, June 25, 2009

Como e porque criar um fundo de emergência

“Eliminar as dívidas.” “Economizar para a aposentadoria.” “Comprar uma casa.” “Conseguir um novo emprego.” Esses exemplos de etapas que devemos cumprir para atingir a independência financeira. É muita coisa para pensar. Mas por onde começar?

A maioria dos livros sobre finanças pessoais concorda: a primeira coisa a fazer, depois de atender as necessidades básicas, é começar um fundo de emergência.

O que é um fundo de emergência?

Um fundo de emergência é uma reserve de dinheiro de fácil acesso para ser utilizado apenas em caso de emergência. Não é destinado a comprar um carro novo. Também não é para comprar um novo videogame. É para ser usado somente em emergências.

Porque você precisa de um fundo de emergência?Você tem alguma dúvida? Vamos considerar alguns exemplos: perder o emprego, o encanamento do banheiro estraga repentinamente, o carro é arrombado e danificado, você precisa de um tratamento médico não coberto pelo seguro saúde.

Todos esses exemplos são emergências de maior ou menor gravidade. Para aqueles que tem um fundo de emergência será mais fácil superar esses imprevistos do que para aqueles que não tem nenhuma poupança. Sem nenhum recurso guardado, a saída será acumular dívidas.

O quanto é suficiente?

Não há consenso entre os autores de finanças pessoais sobre o quanto é o suficiente para um fundo de emergência. Alguns dizem que você deveria economizar o equivalente a 1 ano de salário, outros dizem que R$1.000 seria suficiente. A maioria tende para algo entre R$1.000 e 1 ano de salário.

Não há resposta certa. Na minha opinião, deve-se avaliar cada situação e considerar fatores como: (i) quanto é necessário para cobrir as despesas fixas, aquelas que não podemos abrir mão em caso de repentinamente ficarmos sem renda; (ii) quanto tempo em media leva para conseguir um outro emprego.

Como começar?

Começar um fundo de emergência é simples. Você pode depositar R$100 ou R$50 por mês em uma caderneta de poupança. Mas nunca deixe de pagar as despesas mínimas. Não adianta muito colocar R$100 numa caderneta de poupança e acumular R$100 em dívida de cartão de crédito.
Preferencialmente estabeleça um depósito automático de sua conta corrente para a conta de poupança. Também acho útil manter esse recurso separado dos demais investimentos para que não seja utilizado para outro fim por descuido.

Alguns especialistas recomendam que você crie um fundo de emergência antes mesmo de começar a pagar as dívidas. Além dos benefícios óbvios de ter um fundo de emergência, faz muito bem para o seu estado emocional ter uma rede de segurança para enfrentar as intempéries da vida.

Wednesday, June 24, 2009

Economia sem descuidar da Beleza

Independente da crise financeira, não dá para abrir mão dos cuidados mínimos com a aparência feminina. Todo mundo vai concordar que não dá para abrir mão da depilação, manicure, limpeza de pele... A saída é poupar fazendo os resultados durarem um pouco mais. Seguem dicas publicadas na revista Marie Claire de abril de 2009:
  • Designer de sobrancelhas: quando os pelinhos começarem a crescer, retire apenas aqules que nascerem fora do deseno da sobrancelha. Arranque-os no sentido do crescimento, para não quebrar o fio, mas, antesdisso, afaste um pouco o rosto do espelho e confira se não vai fazer falta no conjunto. Após dar cabo dele, afaste-se novamente e cheque o progresso.
  • Manicure: aplique extrabrilho a cada três dias, para preservar brilho e cor do esmalte por mais tempo. Vale a pena investir em um hidratante com FPS específico para mãos. Assim você mantém as cutículas hidratadas e protege a pele de manchas. Opte por uma cor clara de esmalte, que evidencia menos o desgaste e as lascas.
  • Clareamento dental: prefira o feito em casa, com moldeira. Além de mais barato que o laser, dura mais tempo (de um ano e meio a dois, conta seis meses). Não use cremes dentais coloridos, porque contêm grande quantidade de corante. Após as refeições, aposte em uma sobremesa rica em fibras, como a maçã, que exige mais tempo de mastigação. O movimento repetitivo combinado às fibras ajuda a remover o corante dos outros alimentos.
  • Limpeza de pele e peeling: De manhã e à noite, use um produt para limpar a pela que seja livre de álcool, pois, a longo prazo, ele pode contribuir para manchar a pele. Prefira hidratantes fluidos, que penetram imediatamente no rosto, sem deixá-lo engordurado. Se tem mania de lavar o rosto use sabonete apenas em duas lavagens. Acontece que ele altera o pH da pele, deixando-a mais oleosa, exposta a raios solares e à ação de bactérias.
  • Depilação: Não importa se é inverno ou verão. Mantenha sempre a pela bem hidratada. Dessa forma, os pelos saem com maior facilidade e a profissional consegue eliminar a maior parte deles. Faça uma esfoliação semanal ou pelo menos a cada 15 dias. Se não quiser sofrer com as manchas - e ter que correr para o dermatologista -, não cutuque os pelos encravados e aplique protetor solar na área trabalhada (incluindo virilha e axilas) nos dois dias seguintes ao procedimento. A depilação retira a camada superficial da pele, deixando-a desprotegida e suscetível aos rais solares.

Thursday, June 18, 2009

Como você controla o seu dinheiro?

A Você S.A. de junho traz um artigo que ensina detalhadamente a construir uma planilha de controle financeiro no excel. Coincidentemente a minha planilha de controle tem exatamente o nome indicado no artigo "controle financeiro".

Existem várias formas eficientes de controlar quanto você ganha e qual o destino e não necessariamente você precisa de uma planilha eletrônica complexa. Existem algumas formas mais simples de controlar o seu dinheiro, por exemplo: você pode usar a própria agenda para anotar diariamente todos as saídas e entradas de dinheiro e no final do mês somar tudo para apurar o resultado.

Também é possível usar um caderno ou bloco de notas como livro-caixa ou usar o próprio extrato-bancário para identificar onde você gasta e o resultado do mês.

Eu, como sou aficcionada por planilhas eletrônicas, não consigo ficar longe da meu controle financeiro.. O meu marido brinca que se não está na planilha, não está no mundo. Minha planilha permite importar o extrato bancário, controlar os gastos do cartão de crédito, visualisar o fluxo de caixa mensal e comparar o total anual com o ano anterior, e também mostra mensalmente a posição estimada do nosso patrimônio líquido.

A verdade é que não importa quão sofisticado é o seu controle, ele é apenas uma forma de identificar onde você pode ter oportunidade de economizar. Ter uma ferramenta de controle é o primeiro passo no caminho da independência financeira.

Monday, June 15, 2009

Férias de Consumo - Atualização

Alguns posts atrás eu me comprometi a tentar umas férias de consumo. O mês de junho não foi exatamente uma boa escolha para o compromisso, mas estou tentando o melhor que posso. Estou de férias, teve aniversário de casamento, dia dos namorados..


Como hoje é dia 15, exatamente a metade do mês achei uma boa idéia fazer uma atualização. Como não tenho orçamento mensal pois trabalho só com metas anuais, vou usar como parâmetro a comparação dos gastos dos primeiros 15 dias de junho com o mesmo período de maio.


As despesas fixas que usualmente pagamos na primeira quinzena (financiamento imobiliário, condomínio, TV a cabo, academia do Henrique, faxina, entre outras) ficaram na mesma que no mês anterior. O condomínio inclusive aumentou R$50 devido a chamada extra que pasmem, foi idéia do meu marido que é o vice-síndico.


Já as Despesas variáveis tipo restaurantes, vestuário, entretenimento, coisas para a casa (essa é sempre uma despesa grande) que basicamente entram no cartão de crédito para o mês seguinte se reduziram um pouco mas não significativamente. Em outras palavras, até o momento as tais férias de consumo foram um fracasso.

Fazendo essa análise percebi que a concentração de gastos é normalmente na segunda quinzena do mês de forma que ainda há esperança de ver um resultado positivo desse esforço todo.

Friday, June 12, 2009

Dia dos Namorados Frugal

Eu sou fã do "Dia dos Namorados" assim como de qualquer outra desculpa para ir às compras. Em todo o caso, como o lema do momento é economizar para alcançar a independência financeira, seguem algumas idéias de baixo custo para não passar em branco e agradar o seu amado:


  1. Preparar um jantar romântico em casa ao invés de gastar em um restaurante da moda. Mesmo que você não saiba cozinhar, há alternativas simples como escolher alguns queijos e um vinho. Três ou quatro tipos de queijo em pequena quantidade e um vinho de qualidade fica bastante acessível.
  2. Escrever uma carta de amor ao invés de comprar um cartão pronto.
  3. Se for impossível não comprar um presente, escolha algo realmente útil para o amado ou para o casal. Fique longe do trio chocolate, flores, e cartões.
  4. Prepare no computador um vale "alguma coisa" para o seu namorado trocar no futuro. Pode ser um vale uma noite romântica, ou um jantar a luz de velas, ou realizar uma fantasia.
  5. Refazer o seu primeiro encontro.. No meu caso foi bastante frugal: chocolate, vinho e um vídeo em casa..

Para ajudar segue uma receita fácil e de baixo custo.

Lasagna de Preguiçoso

Ingredientes:

  • 1 pacote de massa de lasagna fresca; R$2,94 Pavioli 300g
  • 1 lata de molho de tomate de sua preferência; R$1,74 Pomarola tradicional
  • 1 lata de creme de leite; R$2,88
  • 200g de queijo mussarella; R$4,93
  • 200g de presunto; R$5,18
  • 100g queijo parmesão ralado; R$4,96
  • sal, pimenta e óregano a gosto.

Total R$22,63

Modo de preparo:

  • Picar o queijo e o presunto;
  • Em uma vasilha ampla, misturar o molho de tomate, creme de leite e o presunto e queijo picados;
  • Temperar a gosto com sal, pimenta e óregano a gosto;
  • Em um prato refratário, intercalar uma camada do molho e um camada da massa fresca, terminando com o molho.
  • Cobrir com o queijo parmesão ralado.
  • Levar ao forno médio por cerca de 30 a 40 minutos.

Feliz dia dos namorados!!

Tuesday, June 9, 2009

Juros na aquisição da casa própria

Uma pesquisa divulgada pelo portal Terra que envolveu 8 bancos brasileiros de grande porte apontou as diversas modalidades de financiamento imobiliário praticadas pelos mesmos, incluindo as taxas e as principais condições. Para ver o artigo na íntegra, siga o link abaixo:

"Compare juros para compra de imóveis nos principais bancos"

Monday, June 8, 2009

Restituição do Imposto de Renda

Na última sexta-feira, a Receita Federal liberou a consulta ao primeiro lote de restituição de imposto de renda que será pago no próximo dia 15 com correção de 1,77%.

O calendário de restituição para este ano é o seguinte:
  1. 15/06/2009
  2. 15/07/2009
  3. 17/08/2009
  4. 15/09/2009
  5. 15/10/2009
  6. 16/11/2009
  7. 15/12/2009

Eu, mais uma vez, estou recebendo a restituição no primeiro lote. O cronograma de restituição privilegia os aposentados, as restituições de menor valor e a ordem de transmissão das declarações. Eu sempre procuro transmitir a minha declaração na primeira semana de março e tenho consistentemente recebido a restituição no primeiro lote. Tenho uma amiga que diz que não importa quando recebe, a restituição sempre salva a pátria.

Para aqueles que anteciparam ou pretendem antecipar a restituição através da contratação de empréstimo junto a instituição financeira, cuidado. Caso o contribuinte caia na malha fina, a Receita Federal tem até 5 anos para esclarecer as pendências e você pode acabar sem receber a restituição quando previsto e ter que desembolsar o valor contratado acrescido de juros.

Qual o destino você vai dar a sua restituição? Eu estou investindo 100% do valor da restituição na minha meta de poupança do ano. Outras sugestões de uso do recurso incluem liquidar dívidas dando preferência aquelas com juro mais alto.

Tuesday, June 2, 2009

Habitação: Aluguel versus Compra

Devemos comprar a casa própria ou morar de aluguel? Essa é uma dúvida que todos enfrentamos em algum momento da vida.

Nem sempre a resposta certa é comprar. Dependendo da sua localização, estado civil, nível de renda, quanto tempo você pretende permanecer em determinado lugar, e um conjunto de outras variáveis, alugar pode fazer mais sentido do que comprar uma casa.

Meu caso por exemplo, há cerca de um ano e meio atrás alugávamos um apartamento de 1 dormitório sem garagem há cerca de 200 metros do meu escritório. O apartamento era amplo, tinha um terraço bastante agradável e atendia todas as nossas necessidades. O aluguel representava cerca de 22% da minha renda líquida.

Eu sempre fui do time a favor do aluguel. Mais pela idéia de não estar presa ao compromisso de uma dívida de longo prazo do que por qualquer outro motivo mais sincero. Meu marido, por outro lado, sempre foi a favor de ter a casa própria. Para ele, é um marco importante na vida de uma pessoa e traz tranqüilidade para o espírito.

Em abril de 2008, finalmente finalizamos a compra do nosso atual apartamento. É um apartamento maior que o que morávamos anteriormente, porém fica há 11 quadras do meu escritório o que ainda me permite evitar dirigir todos os dias o que é muito importante para mim. Na aquisição utilizamos o FGTS como entrada o que representou 55% do valor do imóvel adquirido e ficamos com uma prestação de 14% da minha renda líquida por um prazo de 20 anos.

Mas o que é melhor do ponto de vista financeiro estritamente?

Para ilustrar vamos efetuar a seguinte comparação:

Custo da aquisição

Entrada 2.000
FGTS 65.000
Financiamento 172.646
Total 239.646

Valor de Mercado do imóvel (150.000)
Juros pagos 89.646

Aluguel por 20 anos 192.000


O cálculo acima é simplista, desconsidera por exemplo, o reajuste do aluguel pela inflação e a valorização do imóvel ao longo do tempo. Nesse caso claramente a decisão de comprar parece mais acertada. O desembolso inicial foi apenas R$2.000 e viabilizou a utilização do FGTS recurso cujo acesso é restrito. Além disso, a prestação ficou muito próxima ao valor do aluguel e considerando que a renda aumenta consistentemente ao longo do tempo vai perdendo representatividade no orçamento da família e não compromete a capacidade de poupança.

Mas e no caso de você ter todo o recurso e não utilizar o financiamento. Adquirir o imóvel compensa o rendimento da aplicação financeira que deixamos de receber? A resposta seria algo do tipo:

Valor do imóvel 150.000
Rendimento mensal 1.401
Aluguel 800

Nesse caso, claramente deixar o dinheiro investido paga o custo de viver de aluguel e ainda gera um superávit que pode ser utilizado para outros fins.

Outra discussão que temos com freqüência aqui em casa é se devo considerar o valor da prestação do financiamento imobiliário como uma forma de poupança ou como uma despesa fixa.. Claramente estamos contribuindo para a criação de um ativo, no entanto, esse ativo não gera nenhuma renda até o dia em que será vendido de fato.

Qual a sua opinião? De que lado da discussão você está? Alugar ou comprar? No caso da compra, considera a prestação como um investimento?