O livro é orientado para a prática com uma abordagem bem interessante. O Capítulo 1 fala de Autoconhecimento e começa com uma pergunta fundamental: você está em equilíbrio?
Para ajudar a responder essa pergunta, o livro aponta alguns conceitos de patrimônio mínimo como referência: patrimônio mínimo de sobrevivência (PMS), patrimônio mínimo recomendado (PMR) patrimônio ideal (PI) e patrimônio necessário para a independência financeira (PNIF)
PMS é a reserva de garantia para dar um rumo a sua vida em caso de desemprego, doença ou planos frustrados em sua atividade de negócios. Essa reserva deve ser constituída por investimentos de liquidez imediata. A recomendação é de que o PMS seja equivalente a 6 meses do gasto médio mensal da família, ou seja:
PMS = 6 x [Gasto Médio Mensal da Família]
PMR é a reserva que vai viabilizar as suas escolhas profissionais e pessoais. Em outras palavras, será o lastro para manter a sua vida por vários meses casos o seu patrão ou o mercado não concordem com a sua escolha pessoal. Seguindo a mesma lógica do PMS, essa reserva deve ser composta por investimentos de liquidez. A recomendação de Gerbasi é de que o PMR seja equivalente a 12 vezes o gasto médio mensal da família para trabalhadores assalariados e 20 vezes para autônomos e assalariados sem vínculo empregatício (que trabalham como pessoa jurídica).
O PI por sua vez, procura compatibilizar a reserva a idade da pessoa. Parte do conceito de que alguém como 50 anos, por exemplo, precisa ter mais segurança financeira, do que alguém com 30. Assim, o PI é equivalente a 10% do Gasto Médio Anual para cada ano de vida, ou seja:
PI = 10% x Gasto Médio Anual x Idade
Finalmente o PNIF representa o volume de investimentos que precisamos ter para garantir a nossa aposentadoria considerando a rentabilidade líquida de nossos investimentos. O PNIF é calculado da seguinte maneira:
PNIF = Gasto Médio Anual/Rentabilidade Líquida Anual de Investimentos
Esses indicadores são mutuamente inclusivos, ou seja, o PMS faz parte do PMR que também é considerado no PI e por consequência compõem o PNIF.
Com base nos nossos registros financeiros, estamos há alguns meses de acumular o PMR. E no ritmo atual de aplicações financeiras e rentabilidade. Sinceramente, eu fiquei surpresa em não ter a reserva equivalente ao PMR ainda. Algumas outras inferências me chamaram atenção fazendo esse exercício:
- Nossos gastos médios estão afetados por gastos eventuais com a reforma e a decoração do novo apartamento;
- Estamos obtendo uma rentabilidade líquida que pode ser melhorada com diversificação dos nossos investimentos;
- Temos muito espaço para melhorar a qualidade das nossas decisões financeiras.